A pele é o maior órgão do corpo humano e possui funções protetoras, reguladoras de temperatura, dentre outras muito relevantes no organismo. Sendo um órgão visível e por isso muito associada a conceitos de beleza e estética, distúrbios da pele são relevantes não somente por suas alterações, mas também pela limitação que confere a pessoa afetada, limitações sociais associadas ao preconceito, vergonha e outros sentimentos vivenciados por portadores de distúrbios da pele [1].
O melasma é uma doença na qual ocorrem problemas na formação do pigmento melanina, resultando no surgimento de manchas escuras na pele, estas manchas aparecem normalmente na face, em alguns casos ocorre o aparecimento de manchas na região dos braços, pescoço e colo, sendo mais frequente em mulheres e em associação à exposição solar [2].
Apesar dos poucos dados epidemiológicos sobre o melasma, um estudo realizado no Brasil com 953 pacientes, avaliados durante 18 anos, demonstrou que melasma foi evidenciado em 97,5% das mulheres com o fototipo classificado conforme Fitzpatrick II, III e IV e em associação com histórico familiar, demonstrando uma possível origem genética neste distúrbio [3].
Uma doença tão frequente, porém sem cura, existem somente tratamentos que controlam e diminuem a formação de manchas na pele, atualmente há diversos tipos de terapêuticas para esta condição, e continuam surgindo mais opções com o intuito de melhorar a qualidade de vida e aparência dos pacientes portadores desta doença [1, 4].
A pele apresenta a sua coloração dependente de diversos fatores, como a hemoglobina, carotenoides e a melanina. A melanina é um composto produzido pelas células da epiderme conhecidas como melanóticos, estes, por sua parte, encontram-se especificamente na camada basal da epiderme, projetando partes da sua célula entre os queratinócitos (células produtoras de queratina) presentes na epiderme. Os melanócitos produzem a melanina e a transferem para os queratinócitos vizinhos, um melanócito interage com cerca de 36 queratinócitos [5, 6].
Os melanócitos são células denominadas por muitos autores como “sensíveis”, no período de formação do embrião, os melanócitos surgem do tecido nervoso, o que explica muito sobre as alterações relacionadas ao estresse psicológico em associação aos problemas de coloração da pele, como é o caso da doença vitiligo [6, 7].
Internamente nos melanócitos, a melanina é fabricada e armazenada em estruturas específicas, chamadas de melanossomas. Os melanossomas definem as diferenças de coloração de pele, sendo que a qualidade do melanossoma é o fator mais importante, e não a sua quantia por exemplo [8].
A formação de melanina é um processo complexo, dependente de enzimas chamadas tirosinases. Esta enzima atua nas primeiras etapas de formação da melanina, determinando a formação de DOPA-quinona, a qual reage com oxigênio, dando origem à eumelanina (polímero marrom, resultando por exemplo em pelos e cabelos castanhos), ou reage com enxofre dando origem à feomelanina (polímero amarelado, resultando por exemplo em pelos ou cabelos loiros e ruivos)[1]. Muitos clareadores utilizados no tratamento do melasma atuam inibindo a ação da TIROSINASE, e assim impedindo a formação de melanina.
A eumelanina tem efeito protetor na pele, e esta associada à facilidade de bronzeamento e dificuldade de formação de queimaduras na pele, já a feomelanina, pode gerar mais radicais livres, moléculas que podem causar danos ao DNA, estando mais presente em pessoas de pele clara, e justificando assim, o maior risco de câncer de pele nesta população [8].
A proporção entre feomelanina e eumelanina é o que determina as diferentes colorações de pele, cabelos e pelos. Alguns fatores podem influenciar na produção de eumelanina ou feomelanina, como por exemplo: o MC1-R (receptor de melanocortina do tipo 1), α-MSH (hormônio estimulante de melanócitos do tipo α ou melanocortina), ASP (proteína sinalizadora AGOUTI) e Radiações Ultravioleta (UV) [5].
Resumidamente, pode-se de afirmar que um dos fatores que determinam a coloração da pele é a melanina, a qual é produzida pelos melanócitos e transferida para o queratinócitos. Nos queratinócitos, a melanina apresenta funções protetoras contra radicais livres e radiações ultravioleta [5].
O melasma representa uma interação entre radiações ultravioleta e hormônios, em especial a melacortina, na qual radiações ultravioleta estimulam a produção de melacortina nos melanócitos e queratinócitos, a melacortina por sua vez provoca o aumento da produção de melanina e surgimento de manchas acastanhadas [2, 9]. Além deste efeito de radiações ultravioleta, também ocorre uma ação oxidante e maléfica, ocasionando formação de radicais livres, os quais estimulam os melanócitos à produzirem melanina e consequentemente as manchas surgem [10].
A origem exata do melasma ainda é obscura, sendo diversos fatores associados ao surgimento deste distúrbio, dentre eles: gravidez, influências genéticas, terapias hormonais, cosméticos, drogas fototóxicas, endocrinopatias, fatores emocionais, medicações anticonvulsivantes dentre outros fatores [4]. Alguns estudos demonstram possíveis associações, destaca-se a correlação entre melasma e alterações dos hormônios femininos [11]. Outra possível associação, seria o processo alterado de circulação sanguínea no local, na qual estudos demonstraram que os melanócitos no local da mancha apresentam aumento no número de vasos sanguíneos o que estimula a produção de melanina, contribuindo assim para a formação de manchas [12]. Devido ao fato de ser uma doença com mecanismos não bem esclarecidos pela literatura, o seu tratamento também pode ser considerado insatisfatório, no qual não há cura para tal condição, mas sim controle [6, 7]. Os tratamentos para o melasma são diversos, dentre eles, destacam-se: peelings, microagulhamento, fotoproteção, substâncias clareadoras, laser, luz pulsada intensa [6]. Uma avaliação individualizada é fundamental para estabelecer um protocolo adequado de tratamento, por isso busque um profissional especializado para garantir resultados efetivos
Devido ao fato de ser uma doença com mecanismos não bem esclarecidos pela literatura, o seu tratamento também pode ser considerado insatisfatório, no qual não há cura para tal condição, mas sim controle [6, 7]. Os tratamentos para o melasma são diversos, dentre eles, destacam-se: peelings, microagulhamento, fotoproteção, substâncias clareadoras, laser, luz pulsada intensa [6]. Uma avaliação individualizada é fundamental para estabelecer um protocolo adequado de tratamento, por isso busque um profissional especializado para garantir resultados efetivos.
Referências bibliográficas usadas na produção deste artigo: